VÍDEO REVOLUÇÃO FARROUPILHA- DESENHOS.
Trabalho desenvolvido pela professora leonalda
A ORIGEM DO GAÚCHO
NOSSAS PESQUISAS NA NET
O gaúcho é o nome dado aos nascidos no Rio Grande do Sul, ao tipo característico da campanha, ao homem que vive no campo, na região dos pampas. Até a metade do século XIX, o termo gaúcho era usado de forma pejorativa, sendo dirigido aos aventureiros, ladrões de gado e malfeitores que viviam nos campos.
Resultado da miscigenação entre o índio, o espanhol e o português, o gaúcho, por viver no campo cuidando do gado, adquiriu habilidades de cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira, aspectos que perfazem a tradição gaúcha. Sem patrão e sem lei, o gaúcho foi, inicialmente, nômade. Com o passar dos tempos, a partir do estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, foram alterados os seus costumes, tanto no trajar quanto na alimentação. Mais tarde, já integrado à sociedade rural como trabalhador especializado, passou a ser o peão das estâncias.
Atuando como instrumento de fixação portuguesa no Brasil Meridional, o gaúcho contribuiu para a defesa das fronteiras com as Regiões Platinas, participando ativamente da vida política do país. A partir disso, o reconhecimento de sua habilidade campeira e de sua bravura na guerra fizeram com que o termo "gaúcho" perdesse a conotação pejorativa. Após a Revolução Farroupilha, o gaúcho passou a ser considerado sinônimo de homem digno, bravo, destemido e patriota.
O gaúcho é definido pela literatura como um indivíduo altivo, irreverente e guerreiro. Às suas raízes, somaram-se as culturas negra, alemã e italiana, e de tantos outros povos que vieram construir, no Rio Grande do Sul, uma vida melhor.
O povo gaúcho valoriza muito sua história e costuma exaltar a coragem e a bravura de seus antepassados, expressando, por meio de suas tradições, seu apego à terra e seu amor à liberdade.
CHIMARRÃO
O Chimarrão, legado da cultura indígena Guarani, constituiu-se na bebida típica do Rio Grande do Sul. Também conhecido como mate amargo, o chimarrão é o símbolo da hospitalidade e da amizade do gaúcho. Preparado em uma cuia e sorvido por meio de uma bomba, a bebida resulta da infusão da erva-mate, planta nativa das matas sul-americanas.
CULINÁRIA GAÚCHA
O churrasco é o prato típico do gaúcho, presente nos finais de semana e em dias festivos. O arroz "carreteiro" também compõe a tradicional cozinha gaúcha. Outros pratos, como o feijão mexido (feijão misturado com farinha de mandioca), o quibebe (purê de moranga), a "roupa velha" (sobras de carne com ovos mexidos), o "espinhaço de ovelha", o charque com madioca, a paçoca de pinhão com carne assado, a couve refogada, o arroz com galinha, o "puchero" (cozido de carne com legumes) fazem parte da culinária rio-grandense.
VESTUÁRIO
Nos primórdios da história do Rio Grande do Sul, o gaúcho não dispunha de domicílio definido, era caçador, coureador, um índio ou mestiço que andava de estância em estância, desempenhando serviços executados a cavalo, o que transparecia no seu modo de vestir. Neste período, surgiram duas classes sociais distintas, de acordo com as condições sócio-econômicas da época: o estancieiro, de condições financeiras favoráveis e que vestia um traje de origem européia chamado BRAGAS; e o peão, domador de gado que adotou, como proteção para o trabalho, a utilização de dois palas - um enfiado na cabeça e outro enrolado na cintura, tipo saia, conhecido como CHIRIPÁ PRIMITIVO.
Num segundo momento da história do Rio Grande do Sul, o estancieiro, ou charqueador, tornou-se um homem ocupado com o comércio de couros e outros produtos derivados do gado. Ele também vestia-se à moda européia, usando o traje conhecido como do CHARQUEADOR, composto por botas russilhonas ou "granaderas" levantadas, e calças por dentro das botas, tendo estas um recorte triangular na braguilha. O peão, que passou a ser mais procurado e sua destreza na lide campeira, vestia dois palas, um enrolado por entre as pernas e outro enfiado ao pescoço, usando o conhecido CHIRIPÁ FARROUPILHA.
A terceira época da história econômica do Rio Grande do Sul é marcada por transformações que alteraram a vida do gaúcho no campo. O peão tornou-se o empregado rural, enquanto o fazendeiro aprimorava suas habilidades empresariais. Novas técnicas, nacionais e internacionais foram adaptadas visando o desenvolvimento dos negócios agropecuários no Rio Grande. O gaúcho deste período caracteriza-se pelo uso da BOMBACHA, indumentária confortável e livre, bem de acordo com os seus hábitos campeiros.
SÍMBOLOS RIO-GRANDENSES
A Bandeira O formato da bandeira gaúcha, como a conhecemos hoje, surgiu durante a campanha republicana no Brasil, na Segunda metade do século XIX, quando jovens políticos como Júlio de Castilhos, no intuito de derrubar a monarquia de D. Pedro II, foram buscar no passado gaúcho símbolos republicanos, da época em que o Rio Grande do Sul fora República, durante a Guerra dos Farrapos. Naquele período, os farroupilhas, ao proclamarem a república rio-grandense, adotaram como bandeira um pavilhão quadrado onde as duas cores brasileiras- o verde e o amarelo- separadas pelo vermelho da guerra. Na mesma época, os farrapos mandaram confeccionar no estrangeiro lenços de seda em cujo desenho aparece a influência da maçonaria. Surgiu, assim, a bandeira, com o brasão tirado do lenço já impresso. Basicamente, essa é a bandeira do Estado do Rio Grande do Sul tal qual como a conhecemos hoje. O Hino O hino é o que se compõe da revisão da música de Joaquim José de Mendanha, realizada por Antônio Tavares Corte real, com versos de Francisco Pinto da Fontoura, de forma abreviada consagrada pelo uso popular: a primeira e a última estrofe do poema original, com o estribilho. |
O Brasão O brasão rio-grandense remonta a época dos farrapos. Segundo pesquisadores, a sua origem exata é desconhecida. Porém, acredita-se que foi desenhado originalmente pelo padre Hildebrando, recebendo a arte final do Major Bernardo Pires, que pertencia à Maçonaria, o que o influenciou na execução da obra. Ambos foram farroupilhas, com serviços relevantes à causa. (Fonte de Pesquisa: Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore. Para maiores informações, visite o site www.igtf.rs.gov.br) |
DESENHOS DO 5º ANO:
O que foi a Revolução Farroupilha?
Renata Costa (novaescola@atleitor.com.br)
Cena da minissérie "A Casa dasSete Mulheres", da Rede Globo.A história mostra a Revolução Farroupilha. Foto: divulgação
O historiador Moacyr Flores, autor de diversos livros sobre a Revolta, frutos de suas pesquisas de mestrado e doutorado, contesta essa versão. Ele considera a Revolução Farroupilha como uma guerra civil, já que colocou os rio-grandenses uns contra os outros. "Foi uma guerra iniciada pelos grandes proprietários rurais, chamados estancieiros. O Império, que já cobrava impostos das propriedades urbanas, decidiu cobrar impostos sobre as propriedades da zona rural", explica.
Segundo o professor, a população de Porto Alegre foi a favor da cobrança na zona rural, pois pequenos proprietários da capital eram taxados. "Por que não os grandes estancieiros?", questiona o pesquisador.
Por esse motivo, os farroupilhas, liderados por Bento Gonçalves, tomaram o poder em Porto Alegre, no dia 20 de setembro de 1835, expulsando de lá o presidente da província e empossando o vice. Para o historiador, aí começa um período inédito nas revoltas brasileiras, já que pela primeira vez os "rebeldes" conseguem implantar uma República. O governo apoiado por Bento Gonçalves teve seis ministérios, serviço de correio, tratados com outros países (o Uruguai foi um deles) e uma polícia própria. "Não houve, no entanto, aplicação de ideias liberais, ou tentativa de qualquer mudança social. Esse governo se caracterizou como uma ditadura, reprimindo duramente qualquer opinião contrária", diz.
Outro engano, segundo ele, é achar que os negros lutaram pelos farroupilhas em favor da conquista de sua liberdade. "Não houve negros do lado dos estancieiros, pois estes não colocaram seus escravos para batalhar, sempre os mantiveram em trabalho nas fazendas. Os negros que participaram estavam do lado do Império e eram da chamada Infantaria Negra", afirma. Mesmo o nome "farroupilha", não seria derivado de "farrapos", referente ao estado desgastado dos revolucionários. "Farroupilha é o nome do partido dos liberais exaltados, fundado em 1832", esclarece.
A Revolta terminou em 1845 por um tratado de paz estabelecido entre os revolucionários e Duque de Caxias. Parte do "fracasso" da república farroupilha deveu-se à sua não aceitação por parte da população do Rio Grande do Sul. "Porto Alegre já era uma cidade comercial, então é claro que ninguém apoiava uma guerra, pois sempre há pilhagens e muito prejuízo para todos", explica o professor.
A visão romântica da história dos farrapos foi estabelecida, segundo o pesquisador, em 1947, com a criação dos Centros de Tradição Gaúcha (CTG). Após a Segunda Guerra Mundial, iniciou-se no Rio Grande do Sul um movimento de valorização da terra e origens que culminou com a abertura desses locais. "Houve então uma apropriação do gauchismo como símbolo de identidade, modificando a interpretação de toda essa história, colocando os revoltosos como heróis", conta. É, conforme diz o professor, "a invenção das tradições", citando o título do livro do historiador Eric Hobsbawn.
FOTOS DO DESFILE DE 20 DE SETEMBRO
E
ENTRERVISTANDO AS PESSOAS DA COMUNIDADE
Claúdia
O gaúcho tem características próprias em seus costumes,
principalmente nas danças, pratos típicos e brincadeiras.
Pratos típicos mais comuns são: Carreteiro, feijoada,
galinhada, lentilha.
Danças mais populares: Pezinho,caranguejo e massanico.
PESQUISANDO
NA INTERNET
Palavras
comuns em nosso vocabulário gaúcho
A -
A meia
guampa, Meio
bêbado
Alçar a
perna, expr.
Montar a cavalo.
Andarengo, s. e adj. Caminhador, andador,
andejo; pessoa que viaja constantemente a cavalo.
- B -
Bagual, 1. Cavalo arisco, selvagem. 2.
Fig. Pessoa grosseira, pouco sociável, rude.
Baguala, s. e adj. Feminino de bagual.
Bonito, vistoso, muito grande. // Equino selvagem, isto é, ainda não domado.
Cavalo novo e arisco. Potro domado recentemente. Cavalo manso que se tornou
selvagem. Reprodutor, pastor, animal não castrado. // Aplica-se também a
pessoas, tanto no sentido pejorativo como elevado.
Balaio, 1. Cesto. 2. Dança antiga
introduzida no RS pelos Açorianos.
Bem
querer, a
pessoa amada.
Bochincho, 1. Baile popular. 2. Desordem,
briga, bagunça.
Boi
Barroso, Bovino
com pêlo branco-amarelado.
Boiguaçu, s. Cobra grande. (Do Tupi).
Bolear-se, v. Jogar-se ao solo o cavalo
com o cavaleiro, com os arreios, ou mesmo desencilhado.
- C -
Caborteiro, s. e adj. Cavalo ou outro
animal, manhoso, arisco, infiel, velhaqueador, que não se deixa pegar. //
Indivíduo velhaco, esperto, manhoso, mau, mentiroso, trapaceiro, tratante, que
vive de expedientes. // Var.: Cavorteiro.
Cabrestear, v. Andar o animal cavalar ou
muar conduzido pelo cabresto, sem resistir. Obedecer, o vacum, ou qualquer
animal, facilmente, à tração do laço ou de qualquer corda. // Permitir o
indivíduo que outro o conduza, sem nenhuma resistência.
Campanha, s. Zona de campo, apropriada à
criação de gado. Local distanciado da cidade; interior. // Parte baixa do Estado.
Campo
Santo,
Cemitério.
Cancela, s. Porta gradeada, em geral de
madeira e de pequena altura, porteira.
Cancha, s. Lugar plano, com várias
léguas de comprimento por algumas braças de largura, com duas trilhas,
preparado especialmente para corridas de cavalos; lugar apropriado para jogar a
péla; lugar apropriado ao jogo da tava ou jogo do osso.
Candeeiro, s. Pequena lâmpada de folha,
para alumiar, afunilada, abastecida com querosene ou óleo vegetal, antigamente
muito usada na campanha. Lamparina. O mesmo que candieiro ou candiero.
Canga, Peça de madeira da carreta ou
do arado que prende o boi pelo pescoço.
Capivara, (ou Capincho) Do tupi
"comedor de capim". O maior dos roedores, podendo pesar mais de 50
quilos.
Carona, s. Peça dos arreios,
constituída de uma sola ou couro, de forma retangular, geralmente composta de
duas partes iguais cosidas entre si, em um dos lados, a qual é colocada por
cima do baixeiro ou xergão, e por baixo do lombilho, e cujas abas são mais
compridas que as deste.
Carpeta, s. Jogo, jogatina; casa onde se
joga; a mesa de jogo; pano que cobre a mesa de jogo.
Carreira, s. Corrida de cavalos, em
cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma
o nome de penca ou califórnia.
Carreta, Carroça de 2 rodas, tosca e
pesada, puxada por juntas de bois.
Carro de
Boi,
Carreta.
Cartear, v. Jogar, dar as cartas no
jogo.
Castelhano, s. O natural do Uruguai ou da
Argentina. // adj. Relativo ao Uruguai ou à Argentina.
Catre, s. Cama rústica. // Espécie de
jangada ou balsa, preparada com madeira destinada ao uso das populações da
beira do Uruguai e do Ibicuí, descidas no tempo das enchentes.
Causo, s. Caso, conto, acontecimento,
história, narrativa.
Cerro, s. Elevação, monte, morro.
Chapadão, s. Chapada muito extensa.
Chapéu de
Vaca, Fig.
Chifres, cornos. Um par de guampas.
Chilena, s. Espora com roseta muito grande.
Chimarrita, s. Denominação de uma antiga
dança popular e de uma poesia cantada com acompanhamento de viola ou violão. É
denominada também chamarrita. Prace provir dos Açores, onde existe,
segundo o Sr. Josino dos Santos Lima, a sua ascendente com o nome de Chama a
Rita.
Chimarrão, Bebida quente e amarga, típica
do gaúcho. Infusão de erva mate (Ilex Paraguayensis) preparada em cuia de
porongo e sorvida através da bomba (tubo metálico com um ralo na extremidade
inferior).
China, s. Descendente ou mulher de
índio, ou pessoa do sexo feminino que apresenta alguns dos característicos
étnicos das mulheres indígenas. // Cabocla, mulher morena. // Mulher de vida
fácil. // (Parece provir do quíchua, xina, que significa aia).
Chinoca, Diminutivo de china (mulher
descendente de indios, morena, cabocla).
Chote, Ritmo e dança de origem
européia muito comum nos fandangos gaúchos.
Churrasco, Carne assada no calor da brasa.
Clavada, s. O fato de, quando se atira o
osso, no jogo desse nome, cair ele de ponta e, depois, lentamente, deitar-se
dando a "sorte". Ato de clavar. // Logro, velhacada.
Colorado,
Torcedor
do Sport Club Internacional.
Cordeona, s. Gaita de foles, sanfona,
acordeona, acordeom. Var.: Cordiona.
Coronilha, s. Árvore (Scutia Buxifolia,
Reiss) cuja madeira é muito resistente. // Em sentido figurado, indivíduo
forte, guapo, disposto, resistente, valente.
Corredor, s. Estrada que atravessa campos
de criação, deles separada por cercas em ambos os lados.
Coxilhão, s. Coxilha muito extensa.
Coxilhas, s. Grandes extensões onduladas
de campinas cobertas de pastagem, que constituem a maior parte do território
rio-grandense e onde se desenvolve a atividade pastoril dos gaúchos.
Cruzada, s. Encruzilhada, cruzamento,
encruzada, ato de cruzar. //Passagem, travessia.
Colorado, Torcedor do Sport Club
Internacional.
Coxilhas, Grandes extensões onduladas de
campinas, típicas da planície sul-riograndense, cobertas de pastagem onde se
desenvolve a pecuária.
- D -
De
relancina, loc.
adv. Repentinamente, de relance, fugazmente, ligeiramente, velozmente, num
repente.De valde, expr. Sem uma razão específica. // O mesmo que
de balde.
- E -
Eh-cuê, interj. Exprime admiração,
espanto. O mesmo que cuê-pucha, cuê, cuê-puna, epucha.
Embretar-se, Fig. Meter-se em apuros.
Entrevero, s. Mistura, desordem, confusão
de pessoas, animais ou objetos. // Recontro em que as tropas combatentes, no
ardor da luta, se misturam em desordem, brigando individualmente, corpo a
corpo, sem mais obedecer a comando, usando predominantemente a arma branca. O entrevero
é uma luta de extermínio, onde o sangue corre com abundância e os mortos e
feridos são inumeráveis, pois, em geral, cada participante briga com fúria e
decisão, preferindo morrer a recuar ou entregar-se.
Estância, s. Estabelecimento rural
destinado à criação de gado, constituído de grande extensão de campo dividido
por cercas de arame, em diversas invernadas, casa de residência do
proprietário, casas de empregados, currais, mangueiras, galpões, lavouras,
banheiro carrapaticida e outras instalações. Fazenda de criação. Fazenda.
- F -
Fandango, s. Denominação genérica de
antigos bailes campestres, constituidos de danças sapateadas, executadas
alternadamente com canções populares, com acompanhamento de viola. Entre essas
danças estão as seguintes: anu, balaio, bambaquerê, benzinho-amor, cará,
candieiro, cerra-baile, chimarrita, chará, chico-puxado, chico-da-ronda,
feliz-amor, feliz-meu-bem, galinha-morta, joão-fernandes, maia-canha, pagará,
pega-fogo, recortada, retorcida, sarrabalho, serrana, tatu, tirana.
Trata-se de danças portuguesas, alegres e ruidosas, trazidas pelos reinóis ou
açorianos, as quais se arraigaram aqui no Rio Grande, tomando feições
características do nosso meio. Hoje essas danças estão quase abandonadas nos
bailes populares, sendo praticadas, porém, nos centros de culto às tradições gauchescas,
que existem em grande número em todo o território do Estado. Atualmente o termo
fandango serve para designar qualquer baile ou divertimento.
Farrapo, s. e adj. Alcunha deprimente
que os imperiais davam aos revolucionários de 1835. O apelido aviltante,
alusivo à miséria em que se encontravam os farrapos, transformou-se,
porém, em vista do civismo e da bravura que sempre demonstraram, em legenda de
glória e heroísmo de que se orgulham todos os seus descendentes. // Relativo
aos farrapos.
Fazer cosca, Fazer cócegas.
Flexilha, s. Ou flechilha. Grama
ou capim muito comum em várias zonas do Estado do Rio Grande do Sul (Stipa
neesiana). É de superior qualidade para a criação de gado.
- G -
Galego, s. Alcunha que os farrapos
davam aos legalistas. O mesmo que absolutista, camelo, caramuru, restaurador
corcunda.
Galpão, Construção rústica, geralmente
coberta de Santa-Fé, com chão de terra batida ou madeira bruta. Serve de abrigo
e aconchego à peonada da estância. É nele que nas horas de folga, ao redor do
fogo de chão, acontecem churrascos e rodas de chimarrão, com muita música e
gente contando causos.
Gauchada, Grande quantidade de gaúchos.
Gauchesco, adj. Relativo ao gaúcho.
Gaúcho, 1. Habitante do Rio Grande do
Sul. 2. O homem do interior do estado, dedicado às lides campeiras.
Gauderiar, v. Vagabundear, andar errante,
de casa em casa, sem ocupação séria, vivendo às expensas de outrem. Gandular,
filar. Vagamundear. Viver sem eira nem beira. Tornar-se gaudério.
Gaudério, s. e adj. Pessoa que não tem
ocupação séria e vive à custa dos outros, andando de casa em casa. Denominação
dada ao antigo gaúcho, em sentido depreciativo. // Índio-vago, andarengo. //
Pessoa que viaja muito. Gaúcho.
Graxaim, (Canis azaraé) É uma variedade
de raposa. Pequeno animal do campo semelhante a um cão. Também chamado de
guaraxaim, sorro ou zorro.
Grossura, Ato ou expressão grosseira.
Guacho, s. e adj. Animal ou pessoa
criado sem mãe ou sem leite materno.
Guaiaca, s. Cinto largo de couro macio,
às vezes de couro de lontra ou de camurça, ordinariamente enfeitado com
bordados ou com moedas de prata ou de ouro, que serve para o porte de armas e
para guardar dinheiro e pequenos objetos.
Guaíba, Rio que banha Porto Alegre. Há
uma grande discussão a respeito de sua verdadeira classificação: rio, lagoa,
estuário, delta, etc.
Guasquear, v. Dar com guasca (tira de
couro cru) num animal. Castigar uma pessoa. Guasquear no chão: cair, tombar.
- H -
Habanera, s. Dança de origem afro-cubana,
difundida na Espanha, e cuja forma rítmica influenciou o maxixe, o tango e a
música popular de quase todos os países hispano-americanos. É em compasso
binário, com o primeiro tempo fortemente acentuado, e consiste, em geral, numa
curta introdução, seguida de duas partes de oito compassos cada uma, com
modulação do tom menor para maior. // Canção que acompanha essa dança.
Haragano, 1. Cavalo arisco, que
dificilmente se deixa agarrar. 2. Fig. Pessoa que vive vadiando, sem ocupação.
- I -
Índio, s. Homem do campo. Peão de
estância. Indivíduo valente, bravo, disposto, destemido, valoroso.
Invernada, 1. Inverno rigoroso. 2. Grande
extensão de campo cercado usado para criar, engordar, cruzar, etc.
- J -
Jacutinga, Ave galiforme da família dos
cracídeos.
João-Barreiro,
s. Ave da
família dos Dendrocolaptídeos (Furnarius rufus Gm.), muito comum no Rio
Grande do Sul, também chamada de joão-de-barro, barreiro, forneiro, horneiro.
Jogo do
osso, s. Jogo
muito usado na fronteira, principalmente pela baixa camada social. Consiste no
arremesso de um osso de garrão de vacum, chamado tava ou taba,
sobre uma cancha plana, de chão nem muito duro nem muito mole. Se o osso com o
lado arredondado para baixo é culo e perde quem o arremessou. Se fica
para baixo o lado chato do osso é suerte e ganha quem efetuou o
lançamento. Se ficar equilibrado sobre uma das extremidades, ocorre uma clavada.
Ao lado da raia fica o depositário da parada, chamado coimeiro.
- L -
Lá de
fora, Lá do
campo.
Laço, s. Corda trançada de tiras de
couro cru, de comprimento que varia entre oito e dezoito braças, ou seja, de
dezessete a quarenta metros; é constituido de argola, ilhapa, corpo do laço e
presilha.
Lau Sus
Cri, expr.
Laus’ Sus-Chris’, corruptela de "louvado seja Nosso Senhor Jesus
Cristo".Libres, s. Cidade do Uruguai que faz fronteira com Uruguaiana, no
Rio Grande do Sul.
Lindeiro, s. Ao lado de, vizinho.
- M -
Malacara, Animal de testa branca com uma listra da mesma cor descendo até o focinho.
Maleva, s. e adj. Bandido, malfeitor,
malfazejo, desalmado, perverso, desapiedado, malévolo, mau, genioso, velhaco,
cruel, de maus instintos. //Cavalo infiel que por qualquer coisa corcoveia. //
O mesmo que malevo e malebra.
Mamona, s. e adj. Diz-se de ou a terneira
de sobreano que ainda mama.
Manantial,
s.
Sumidouro, tremedal, paul, pântano. // Nascente, vertente. // Var.: Manancial.Mangueira,
s. Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância,
destinado a encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras, aparte
e outros trabalhos.
Manotaço,
s.
Pancada que o animal cavalar ou muar dá com uma das patas dianteiras ou com
ambas. // Bofetada, pancada com a mão, dada por pessoa. // Em sentido figurado,
desfeita, afronta.
Matungona,
adj.
Ordinária, comum, velha, feiosa, ridícula.
Milonga, s. Espécie de música crioula
platina cantada com acompanhamento de guitarra (violão).
Minuano, s. Vento frio e seco que sopra do
sudoeste no inverno. Vem dos Andes, passando pela região onde habitavam os
índios minuanos dos quais tomou o nome. // Indígena dos minuanos, tribo que
antigamente habitava o sudoeste do Rio Grande do Sul; relativo aos minuanos.
Missioneiro,
s. e adj.
Indígena das antigas missões jesuíticas. // Habitante da região Missioneira do
Estado. // Relativo às missões.
- N -
Negrinho
do Pastoreio, Lenda
gaúcha que conta a história dos maus tratos sofridos por um menino escravo que
acabou se transformando numa espécie de anjo bom dos pampas. Diz a lenda que
acendendo uma vela ao Negrinho, ele nos ajuda a encontrar o que
procuramos.
- O -
Oigalê!, interj. Exprime admiração,
espanto, alegria.
Olada, s. Ocasião, oportunidade, sorte,
potra, momento propício que deve ser aproveitado para se conseguir algo. Estar
de olada significa estar com sorte, sobretudo no jogo.
- P -
Pago, s. Lugar em que se nasceu, o lar,
o rincão, a querência; o povoado, o município em que se nasceu ou onde se
reside. Geralmente usa-se no plural.
Pala, s. Poncho leve, feito em geral
de brim, vicunha ou seda, de feitio quadrilátero, com as extremidades
franjadas. Usa-se enfiado em torno do pescoço, como cachecol. (Etim.:
Provavelmente vem do castelhano palio, capa, que por sua vez vem do
latim pallium).
Palanque,
s. Esteio
grosso e forte cravado no chão, com mais de dois metros de altura e trinta
centímetros aproximadamente de diâmetro, localizado na mangueira ou curral, no
qual se atam os animais, para doma, cura de bicheiras ou outros serviços. //
Moirão.
Pampa, s. Denominação dada às
vastas planícies do Rio Grande do Sul e dos países do Prata, cobertas de
excelentes pastagens, que servem para criação de gado, principalmente bovino,
cavalar e lanígero. Apesar de haver sido usado algumas vezes no feminino, o
termo, é considerado do gênero masculino pela maioria dos estudiosos da
matéria. // Nome dado aos antigos índios que habitavam o pampa. (É palavra da
língua quíchua: pampa, campo aberto, planura, savana).
Pangaré, 1. Cavalo cujo pêlo é de um tom
vermelho amarelado. 2. Matungo, cavalo ruim.
Parada, s. Importância em dinheiro pela
qual se contrata uma corrida de cavalos ou uma rinha de galos. Valor da aposta.
Uma jogada. // Um encontro entre adversários. // Fanfarrice, presunção,
pedantismo, jactância, vanglória, gabolice, farroma, bravata, conversa fiada.
Parar
rodeio, Reunir
o gado no rodeio para marcar, castrar, examinar, etc.
Parelheiro, s. Cavalo preparado para a
disputa de carreiras. Cavalo de corrida. (Deve provir de parelha, já que
a maioria das corridas realizadas, anteriormente, no Rio Grande do Sul, eram
apenas de dois cavalos).
Pastoreio, s. Lugar em que se pastoreia o
gado. O gado submetido a pastoreio. Pastorejo. // Negro Pastoreio,
imagem poética referente à lenda do Negrinho do Pastoreio (J. Simões Lopes
Neto, Contos Gauchescos e Lendas do Sul).
Pealar, 1. Laçar um animal que está
correndo pelas patas da frente. 2. Fig. Pegar alguém de surpresa.
Pealo de
cucharra, Ato de
arremesar a armada de laço de modo a colher o animal pelas patas dianteiras e
derrubá-lo, para castrar, curar ou amansar. O pealo de cucharra se executa
imprimindo à laçada uma ligeira torção que, à maneira de uma colher, apanhe as
patas do animal pela frente.
Pelechar,
v. Mudar
o animal o pêlo, o que acontece, geralmente, no princípio do verão.
Peleia, s. Peleja, pugilato, contenda,
briga, rusga, disputa, combate, luta entre forças beligerantes.
Perau, s. Despenhadeiro, itaimbé,
precipício, declive áspero que dá para um rio.Pericon, s. Dança originária do
pampa platino.
Pesqueiro,
s. Lugar
onde se costuma pescar.
Pingo, s. Cavalo bom, corredor, bonito,
fogoso, vistoso, árdego.
Pitanga, Fruto da pitangueira.
Poncho, s. Espécie de capa de pano de
lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por
onde se enfia a cabeça. É o agasalho tradicional do gaúcho no campo. // O poncho
é utilizado também como arma, pois, com ele, o gaúcho se protege nas brigas de
ferro-branco, enrolando-o no braço ou jogando-o ao solo para, com um tirão,
desequilibrar o adversário que nele pisar inadvertidamente.
Posteiro,
s.
Agregado de estância que mora geralmente nos limites do campo, o qual é
incumbido de zelar pelas cercas, cuidar do gado, não permitir invasão de
estranhos, ajudar nos rodeios e executar outras tarefas.
- Q -
Quadrilha,
s.
Contradança de salão, de origem francesa, muito em voga no século XIX, e de
caráter alegre e movimentado, na qual tomam parte diversos pares. // A música
que acompanha essa contradança.
Quebrar o
cacho, expr.
Atar a cola do cavalo, fazendo um tope.
Quebrar o
queixo, expr.
Dar tirões, puxando fortemente as rédeas, no queixo do potro que está sendo
domado, para que fique doce de boca. O mesmo que quebrar a boca.
Querência, s. Lugar onde alguém nasceu, se
criou ou se acostumou a viver, e ao qual procura voltar quando dele afastado.
// Lugar onde habitualmente o gado pasta ou onde foi criado. //Pátria, pagos,
torrão, rincão, lar (Etim.: É vocábulo castelhano; entretanto, há, em
português, querença, com a mesma significação).
- R -
Ramada, s. Cobertura de ramas à frente
dos ranchos, à sombra da qual descansam os campeiros nas horas de sol ardente.
// Cobertura de tabuinhas, para dar sombra, semelhante à latada.
Rancho, s. Casebre de pau a pique,
coberto de santa fé, com um couro como porta, onde moram peões ou gente pobre.
Qualquer morada humilde. Palhoça, choupana.
Redomona, s. Feminino de redomão, cavalo
novo que está sendo domado.
Relho, Chicote pequeno com cabo de
madeira e couro torcido.
Repontar, 1. Começar a surgir, despontar.
2. Tocar o gado de um lugar a outro.
Restinga, Mata de árvores de pequeno
porte à margem de rios, arroios ou sangas.
Retouçar,
v.
Faceirar, namorar, brincar. Retoçar.
Rincão, s. Ponta de campo cercada de
rios, matos ou quaisquer acidentes naturais, onde se pode pôr os animais a
pastarem em segurança. Lugar mais ou menos resguardado na campanha. Qualquer
trecho de campo onde haja arroio, capões ou simples mancha de mato. // É
sinônimo de pagos e de querência.
Rodeio, s. Lugar no campo de uma estância
onde habitualmante se reúne o gado para contar, apartar, examinar, marcar,
assinalar, castrar, vacinar, dar sal, curar bicheiras, etc. É também o conjunto
de reses reunidas no rodeio. // Figuradamente, conjunto, grupo.
- S -
Salamanca,
s.
Salamandra. Furna encantada. A Salamanca do Jarau é uma bonita lenda do
tempo das missões jesuíticas, descrita por J. Simões Lopes Neto em seu livro Contos
Gauchesco e Lendas do Sul.
Sanga, s. Pequeno curso d’água, menor
que um regato ou arroio. Ribeiro pequeno que seca facilmente. Escavação
profunda feita por chuvas ou correntes subterrâneas de água. Lugar fundo e
p
antanoso, desbarrancado pelas chuvas, com grandes poças d’água.
Saracura, Ave gruiforme, da família dos ralídeos.
Sesmeiro, s. Dono de sesmaria. (É palavra portuguesa em desuso nos outros Estados).
Sinuelo, s. Animal ou ponta de animais mansos ou habituados a serem conduzidos, utilizados para juntar aos xucros, com a finalidade de acalmá-los e levá-los, em sua companhia, para onde se deseje.
Sirigaita, Mulher assanhada, tagarela, escandalosa.
Sobreano, adj. Diz-se da rês com mais de um ano de idade e menos de dois.
Solito, adj. Isolado, sozinho, sem companhia.
Sorongo, s. Arrasta-pé, baile de baixa classe, caroço. O mesmo que surungo ou sorungo.
Sorra, s. Feminino de sorro, guaraxaim. O mesmo que zorro. // Adj. Em sentido figurado, manhoso, matreiro, dissimulado, astuto, matreiro. Sorro manso: Indivíduo falso, com aparência de bom, mas pérfido no fundo.
Sovéu, s. Corda de três tiras de couro, torcidas e não trançadas como o laço.
- T -
Tapera, s. Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. // Adj. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.
Taura, s. e adj. Diz-se de ou indivíduo valente, arrojado, destemido, valoroso, forte, guapo, resistente, enérgico, folgazão, expansivo, perito em algum assunto, que está sempre disposto a tudo.
Tava, s. O mesmo que jogo do osso. O osso com que se pratica esse jogo. Diz-se, também, taba.
Tchê, interj. Equivale a tu, aí ou tu simplesmente. Usa-se também como vocativo: "Como vai, tchê?"; para chamar a atenção: "Tchê!, que mulher bonita!". Pode indicar espanto ou zombaria. O mesmo que chê, ché e tiê.
Terneiro mamão, Bezerro, novilho. Filhote da vaca de mais de um ano que ainda mama.
Tirador, s. Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger a roupa e o corpo do atrito do laço.
Tirana, s. Cantiga e dança popular, acompanhada de viola. Variedade do fandango.
Tirar talo, Tomar a dianteira sobre os adversários numa corrida de cavalos.
Tocar por diante, expr. Expulsar, enxotar, correr. // Conduzir, repontar, levar por diante.
Tordilho, Cavalo cujo pêlo lembra a plumagem do tordo (fundo branco encardido salpicado de pequenas manchas escuras).
Tranquear, v. Andar o cavalo em marcha natural, no tranco.
Tropeada, s. Ato de tropear. Caminhada com a tropa.
Tropeiro, s. Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas.
Trotear, Andar a trote.
Trova, Desafio em versos improvisados onde cada trovador tem que criar uma resposta a partir do último verso da estrofe do outro.
Truco, s. Jogo de baralho, entre dois ou quatro parceiros, cada um dos quais recebe três cartas. O mesmo que truque.
Tundo, Dou uma surra, bato.
- U -
Umbú, s. Árvore da família das Fitolacáceas, de grande tamanho, cujas raizes saem à flor da terra, muito copada, de folhagem espessa, que produz excelente sombra. É, como o pinheiro e a figueira, uma das árvores simbólicas do Rio Grande do Sul .
- Z -
Zaino, adj. Diz-se do animal cavalar ou muar de pêlo castanho escuro. Há as seguintes variedades: zaino-n
Pesquisado em:
http://kleitonekledir.uol.com.br/gloss.html
ARMAS DO GAÚCHO E FERRAMENTAS
Gaúchos eram simples as pessoas pobres; pilotos qualificados e manipuladores de gado, eles tinham e exigiu muito pouco equipamento. Entre as ferramentas do gaúcho e as armas foram os lazo (lariat) e bolas (uma arma atirando herdada dos índios). O hobbles foram outra humilde, mas importante ferramenta, que, usada para amarrar as patas dianteiras do cavalo do gaúcho, impediu a perda do cavalo no meio das grandes planícies solitárias. Um gaúcho sem cavalo, no meio daqueles grandes planícies, era um homem morto. Então, é claro, houve a faca, uma arma afiada e uma ferramenta multiuso usado quase em qualquer altura durante o dia do gaúcho. Gaúchos tinham acesso limitado às armas de fogo, que em nossos territórios eram reservados às classes altas ou quase exclusivamente militares. Por esta mesma razão, os gaúchos pareciam olhar para as armas de fogo com desdém e pouca confiança, preferindo armas afiadas sobre todos os outros tipos.
O gaúcho é o tipo característico da campanha. É o nome que se dá ao homem do campo na região dos pampas e, por extensão, aos nascidos no Rio Grande do Sul. O termo gaúcho passou a se generalizar a partir de 1800. Até então, os nascidos no nosso Estado eram chamados continentinos ou rio-grandenses.
O gaúcho surgiu da miscigenação entre o índio, o espanhol e o português, que viviam livres cuidando do gado no pampa gaúcho.
Por estar ligado ao campo, tornou-se hábil cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira. O gaúcho era livre, sem patrão e sem lei. Antigamente, os gaúchos não eram bem vistos, pois Inúmeros defeitos lhes eram apontados, tais como: ladrões, homens irresponsáveis, malandros, perturbadores da paz.
Em 1820, o francês Augusto Saint-Hilaire assim descreveu o gaúcho: "homem que vivia da carne, morava em ranchos, andava a cavalo e com os hábitos do chimarrão e do fumo. Os gaúchos eram homens de maus costumes, que viviam andando pelas fronteiras. Eram ainda os gaudérios, que andavam sós, sem chefes, sem leis, sem polícia, com idéias vulgares, gostavam de dinheiro para jogar corridas de cancha reta".
Com o estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, o gaúcho perdeu seus hábitos nômades. Integrado à sociedade rural como trabalhador especializado, passou a ser o peão das estâncias. O reconhecimento de sua habilidade de campeiro e de sua bravura na guerra fez com que o termo "gaúcho" perdesse a conotação pejorativa.
Depois da Revolução Farroupilha, o gaúcho passou a ser considerado homem digno, bravo, destemido e patriota.
O gaúcho é definido pela literatura gaúcho, como um indivíduo machista, altivo, irreverente, guerreiro, legítimo, é o "centauro dos pampas. Entre nós, gaúcho é aquele que vive do trabalho pastoril, nas lides com gado.
O gaúcho de hoje é fruto da contribuição do índio, do negro, do português, do espanhol, do alemão, do italiano e tantos outros povos, que para cá vieram construir o Rio Grande com uma vida melhor. Por isso, aos poucos o termo gaúcho passou a identificar os filhos do Rio Grande do Sul. O adjetivo se estende ao que é referente a esses homens da vida pastoril, como vida gaúcha, dança gaúcha.
O povo gaúcho valoriza muito suas tradições, exalta a coragem e a bravura de seus antepassados, canta seu apego à terra, seu amor à liberdade, motivando assim o surgimento de uma literatura gauchesca.
O alimento predileto do gaúcho é o churrasco e o arroz-de-carreteiro. O chimarrão é a bebida preferida, chegando a ser o símbolo da hospitalidade e da amizade. Quando o gaúcho se veste com seus trajes típicos, diz-se que ele está pilchado.
Os gaúchos costumam reunir-se nos Centros de Tradições Gaúchas para cultuar, difundir e propagar a cultura gaúcha, entre as gerações.
Foto: Fernando Gomes - Texto extraído do site http://www.mtg.org.br
antanoso, desbarrancado pelas chuvas, com grandes poças d’água.
Saracura, Ave gruiforme, da família dos ralídeos.
Sesmeiro, s. Dono de sesmaria. (É palavra portuguesa em desuso nos outros Estados).
Sinuelo, s. Animal ou ponta de animais mansos ou habituados a serem conduzidos, utilizados para juntar aos xucros, com a finalidade de acalmá-los e levá-los, em sua companhia, para onde se deseje.
Sirigaita, Mulher assanhada, tagarela, escandalosa.
Sobreano, adj. Diz-se da rês com mais de um ano de idade e menos de dois.
Solito, adj. Isolado, sozinho, sem companhia.
Sorongo, s. Arrasta-pé, baile de baixa classe, caroço. O mesmo que surungo ou sorungo.
Sorra, s. Feminino de sorro, guaraxaim. O mesmo que zorro. // Adj. Em sentido figurado, manhoso, matreiro, dissimulado, astuto, matreiro. Sorro manso: Indivíduo falso, com aparência de bom, mas pérfido no fundo.
Sovéu, s. Corda de três tiras de couro, torcidas e não trançadas como o laço.
- T -
Tapera, s. Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. // Adj. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.
Taura, s. e adj. Diz-se de ou indivíduo valente, arrojado, destemido, valoroso, forte, guapo, resistente, enérgico, folgazão, expansivo, perito em algum assunto, que está sempre disposto a tudo.
Tava, s. O mesmo que jogo do osso. O osso com que se pratica esse jogo. Diz-se, também, taba.
Tchê, interj. Equivale a tu, aí ou tu simplesmente. Usa-se também como vocativo: "Como vai, tchê?"; para chamar a atenção: "Tchê!, que mulher bonita!". Pode indicar espanto ou zombaria. O mesmo que chê, ché e tiê.
Terneiro mamão, Bezerro, novilho. Filhote da vaca de mais de um ano que ainda mama.
Tirador, s. Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger a roupa e o corpo do atrito do laço.
Tirana, s. Cantiga e dança popular, acompanhada de viola. Variedade do fandango.
Tirar talo, Tomar a dianteira sobre os adversários numa corrida de cavalos.
Tocar por diante, expr. Expulsar, enxotar, correr. // Conduzir, repontar, levar por diante.
Tordilho, Cavalo cujo pêlo lembra a plumagem do tordo (fundo branco encardido salpicado de pequenas manchas escuras).
Tranquear, v. Andar o cavalo em marcha natural, no tranco.
Tropeada, s. Ato de tropear. Caminhada com a tropa.
Tropeiro, s. Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas.
Trotear, Andar a trote.
Trova, Desafio em versos improvisados onde cada trovador tem que criar uma resposta a partir do último verso da estrofe do outro.
Truco, s. Jogo de baralho, entre dois ou quatro parceiros, cada um dos quais recebe três cartas. O mesmo que truque.
Tundo, Dou uma surra, bato.
- U -
Umbú, s. Árvore da família das Fitolacáceas, de grande tamanho, cujas raizes saem à flor da terra, muito copada, de folhagem espessa, que produz excelente sombra. É, como o pinheiro e a figueira, uma das árvores simbólicas do Rio Grande do Sul .
- Z -
Zaino, adj. Diz-se do animal cavalar ou muar de pêlo castanho escuro. Há as seguintes variedades: zaino-n
Pesquisado em:
http://kleitonekledir.uol.com.br/gloss.html
ARMAS DO GAÚCHO E FERRAMENTAS
Gaúchos eram simples as pessoas pobres; pilotos qualificados e manipuladores de gado, eles tinham e exigiu muito pouco equipamento. Entre as ferramentas do gaúcho e as armas foram os lazo (lariat) e bolas (uma arma atirando herdada dos índios). O hobbles foram outra humilde, mas importante ferramenta, que, usada para amarrar as patas dianteiras do cavalo do gaúcho, impediu a perda do cavalo no meio das grandes planícies solitárias. Um gaúcho sem cavalo, no meio daqueles grandes planícies, era um homem morto. Então, é claro, houve a faca, uma arma afiada e uma ferramenta multiuso usado quase em qualquer altura durante o dia do gaúcho. Gaúchos tinham acesso limitado às armas de fogo, que em nossos territórios eram reservados às classes altas ou quase exclusivamente militares. Por esta mesma razão, os gaúchos pareciam olhar para as armas de fogo com desdém e pouca confiança, preferindo armas afiadas sobre todos os outros tipos.
O gaúcho é o tipo característico da campanha. É o nome que se dá ao homem do campo na região dos pampas e, por extensão, aos nascidos no Rio Grande do Sul. O termo gaúcho passou a se generalizar a partir de 1800. Até então, os nascidos no nosso Estado eram chamados continentinos ou rio-grandenses.
O gaúcho surgiu da miscigenação entre o índio, o espanhol e o português, que viviam livres cuidando do gado no pampa gaúcho.
Por estar ligado ao campo, tornou-se hábil cavaleiro, manejador do laço e da boleadeira. O gaúcho era livre, sem patrão e sem lei. Antigamente, os gaúchos não eram bem vistos, pois Inúmeros defeitos lhes eram apontados, tais como: ladrões, homens irresponsáveis, malandros, perturbadores da paz.
Em 1820, o francês Augusto Saint-Hilaire assim descreveu o gaúcho: "homem que vivia da carne, morava em ranchos, andava a cavalo e com os hábitos do chimarrão e do fumo. Os gaúchos eram homens de maus costumes, que viviam andando pelas fronteiras. Eram ainda os gaudérios, que andavam sós, sem chefes, sem leis, sem polícia, com idéias vulgares, gostavam de dinheiro para jogar corridas de cancha reta".
Com o estabelecimento das fazendas de gado e com a modificação da estrutura de trabalho, o gaúcho perdeu seus hábitos nômades. Integrado à sociedade rural como trabalhador especializado, passou a ser o peão das estâncias. O reconhecimento de sua habilidade de campeiro e de sua bravura na guerra fez com que o termo "gaúcho" perdesse a conotação pejorativa.
Depois da Revolução Farroupilha, o gaúcho passou a ser considerado homem digno, bravo, destemido e patriota.
O gaúcho é definido pela literatura gaúcho, como um indivíduo machista, altivo, irreverente, guerreiro, legítimo, é o "centauro dos pampas. Entre nós, gaúcho é aquele que vive do trabalho pastoril, nas lides com gado.
O gaúcho de hoje é fruto da contribuição do índio, do negro, do português, do espanhol, do alemão, do italiano e tantos outros povos, que para cá vieram construir o Rio Grande com uma vida melhor. Por isso, aos poucos o termo gaúcho passou a identificar os filhos do Rio Grande do Sul. O adjetivo se estende ao que é referente a esses homens da vida pastoril, como vida gaúcha, dança gaúcha.
O povo gaúcho valoriza muito suas tradições, exalta a coragem e a bravura de seus antepassados, canta seu apego à terra, seu amor à liberdade, motivando assim o surgimento de uma literatura gauchesca.
O alimento predileto do gaúcho é o churrasco e o arroz-de-carreteiro. O chimarrão é a bebida preferida, chegando a ser o símbolo da hospitalidade e da amizade. Quando o gaúcho se veste com seus trajes típicos, diz-se que ele está pilchado.
Os gaúchos costumam reunir-se nos Centros de Tradições Gaúchas para cultuar, difundir e propagar a cultura gaúcha, entre as gerações.
Foto: Fernando Gomes - Texto extraído do site http://www.mtg.org.br
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